Cuidando de Médicos com Dependência Química: Perfil Clínico e Demográfico de Uma Amostra de Médicos Brasileiros em Tratamento Ambulatorial.

28 de novembro de 20133min10

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Cuidando de Médicos com Dependência Química: Perfil Clínico e Demográfico de Uma Amostra de Médicos Brasileiros em Tratamento Ambulatorial.

O consumo de substâncias de abuso pelos médicos é causa freqüente de erro, absenteísmo, e queixas junto aos Conselhos Regionais de Medicina. Este problema demanda maior atenção, pois determina riscos ao público e ao médico. Objetivo: Traçar o perfil clínico e demográfico de uma amostra de médicos em tratamento devido a dependência química, avaliar possíveis comorbidades psiquiátricas e conseqüências associadas ao consumo. Método: Foram coletados dados de 198 médicos em tratamento ambulatorial por uso nocivo e dependência química, por meio de questionário elaborado pelos autores. Resultados: A maioria de indivíduos foi do sexo masculino (85,4%), casados (59,2%), com idade média de 39,4 anos (desvio padrão=10,7 anos). Sessenta e seis por cento já tinham sido internados por causa do uso de álcool e/ou drogas. Setenta e nove por cento possuía residência médica e as especialidades mais envolvidas foram: clínica médica, anestesiologia e cirurgia. Comorbidade psiquiátrica foi diagnosticada em 27,7 por cento (Eixo I do DSM-IV) e em 6% (Eixo II do DSM-IV). Quanto às substâncias consumidas, o mais freqüente foi uso associado de álcool e drogas (36,8%), seguido por uso isolado de álcool (34,3%) e uso isolado de drogas (28,3%). Observou-se o intervalo de 3,7 anos em média entre a identificação do uso problemático de substâncias e a procura de tratamento. Quanto à busca por tratamento, 30,3% o fizeram voluntariamente. Quanto aos problemas sociais e legais observou-se: desemprego no ano anterior em quase 1/3 da amostra; problemas no casamento ou separação (68%), envolvimento em acidentes automobilísticos (42%) e problemas jurídicos (19%). Dois terços apresentaram prejuízo na prática da profissão e 8,5% tiveram problemas junto aos Conselhos Regionais de Medicina. Os autores recomendam algumas medidas assistenciais e preventivas para o problema.


Sobre a UNIAD

A Unidade de Pesquisa em álcool e Drogas (UNIAD) foi fundada em 1994 pelo Prof. Dr. Ronaldo Laranjeira e John Dunn, recém-chegados da Inglaterra. A criação contou, na época, com o apoio do Departamento de Psiquiatria da UNIFESP. Inicialmente (1994-1996) funcionou dentro do Complexo Hospital São Paulo, com o objetivo de atender funcionários dependentes.



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