Avanços Recentes No Tratamento Do Tabagismo
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Avanços Recentes No Tratamento Do Tabagismo
Analice Gigliotti; Ronaldo Laranjeira
Todos sabemos, desde a publicação de 1964 do Relatório de Cirurgião Geral, que o tabagismo está ligado a doenças tais como enfisema e câncer de pulmão entre outras. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, três milhões de fumantes morrem por ano de doenças tabaco-relacionadas, e é a maior causa previnível de morbidade e mortalidade em muitos países. Mas o tabagismo é um comportamento tão virulento que embora 70% dos fumantes desejem parar de fumar, apenas 5 % destes conseguem fazê-lo por si mesmos. Isto ocorre porque o tabagismo não apenas causa doenças, mas é, ele mesmo, uma doença: a dependência a nicotina.
A visão do tabagismo como dependência de droga causo uma verdadeira revolução nas formas de entendimento e tratamento dos fumantes. Isto foi precipitado pela publicação, em 1988, do relatório do Cirurgião Geral Dr Koop. Neste, concluiu-se que o cigarro e outras formas de tabaco geram dependência; que a droga que causa dependência no tabaco é a nicotina; e que os processos farmacológicos e comportamentais que determinam a dependência ao tabaco são similares àqueles que determinam a dependência à outras drogas como a heroína e a cocaína. Desta forma, a dependência ao cigarro passou a não ser mais vista apenas como um “vício psicológico”, mas uma dependência física, que deveria ser tratada como uma doença médica, nos mesmos moldes do tratamento de outras substâncias adictivas.
Desde então, todo um arsenal terapêutico foi desenvolvido, com o objetivo de aliviar os sintomas da síndrome de abstinência à nicotina, ou à diminuir a fissura pela mesma.
O presente artigo tem como objetivo fazer uma revisão dos principais métodos de tratamento do tabagismo, passando pelo uso dos adesivos, chicletes, inaladores e sprays nasais de nicotina, até a utilização de antidepressivos como a bupropiona e a nortriptilina. Descreveremos a possibilidade do uso conjunto ou isolado de cada um destes medicamentos, ressaltando que a terapia cognitivo-comportamental de suporte costuma aumentar as taxas de abstinência.