O consumo de substâncias de abuso pelos médicos
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O consumo de substâncias de abuso pelos médicos
O consumo de substâncias de abuso pelos médicos é uma questão muito importante na classe médica, sendo causa freqüente de erro, absenteísmo, e queixas junto o Conselho Regional de Medicina. Este problema demanda um controle muito mais rígido, pois determina riscos ao público e ao médico. Objetivo: Traçar o perfil sócio-demográfico dos médicos em tratamento por dependência química, avaliar possíveis comorbidades psiquiátricas e conseqüências associadas ao consumo. Método: Foram coletados dados de 206 médicos em tratamento ambulatorial por uso nocivo e dependência química, por meio de questionário elaborado pelos autores. Resultados: A maioria de indivíduos foi do sexo masculino, casados, com idade média de 39 anos e dp. Sessenta e seis por cento já tinham sido internados por causa do uso de álcool e/ou drogas. Setenta e sete por cento possuía residência médica e as especialidades mais envolvidas foram: clínica médica, anestesiologia e cirurgia. Comorbidade psiquiátrica foi diagnosticada em trinta e um por cento dos pacientes. Quanto às substâncias consumidas, o mais freqüente foi uso associado de álcool e drogas (39%), seguido por uso isolado de álcool (35%) e uso isolado de drogas (28%). Observou-se o intervalo de 3,78 e dp anos em média entre a identificação do uso problemático de substâncias e a procura de tratamento. Apenas 30% buscaram tratamento voluntariamente. Quanto aos problemas sociais e legais observou-se: desemprego no ano anterior em quase 1/3 da amostra; problemas no casamento ou separação (68%), envolvimento em acidentes automobilísticos (42%) e problemas jurídicos (19%).