Trinta Ticunas se suicidaram em 2016 influenciados por álcool e drogas
EBC
Otto Farias
(foto: reprodução)
O Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), no Alto Solimões (AM), registrou 30 mortes por suicídio no ano de 2016. A informação é do coordenador da instituição Weydson Gossel Pereira, durante entrevista à Rádio Nacional do Alto Solimões.
Weydson explicou que as mortes por suicídio estão relacionadas ao consumo de álcool e drogas, dentro das comunidades indígenas.
“Pela vigilância do óbito todos os casos de suicídio tem, também, histórico de álcool e drogas. Por exemplo: das 32 tentativas de suicídio, em 2016, 22 delas tiveram envolvimento com álcool e essas 22 repetiram, depois, a tentativa. Chegamos em 30 suicídios, no ano passado, no Alto Solimões, que é a nossa maior causa sempre. [Entre] os indígenas não é cultura se matar. O álcool, hoje, está presente e tem sido de grande [influência] para esse prejuízo enorme de vida se perdendo.”
Para amenizar o problema, principalmente entre os jovens, Weydson disse que existe um projeto para levar programas sociais às comunidades.
“A gente está tentando mobilizar toda a sociedade, agora a nossa próxima etapa do Proerd, eu não sou dono do Proerd, sou um parceiro, mas o major [do Exército] Herlon, falo por ele, porque já ouvi da boca dele, a gente está tentando trazer [o Proerd] para Belém do Solimões e também outras comunidades do Alto Solimões. o que nós queremos agora é facilitar [a vida] para o indígena. Lá, eles usaram a apostila própria do Proerd, que é em português. O que vamos fazer, com parceria com a OGPTB (Organização Geral dos Professores Ticunas Bilíngües), vai ser lançado a proposta para gente produzir a apostila do Proerd na língua Ticuna”, afirmou o indígena.
O Proerd, que o coordenador fala, é Programa Educacional de Resistência às Drogas, que tem por objetivo conscientizar os jovens sobre os perigos das drogas e ajudá-los a fazer escolhas responsáveis. A ideia é levar essa cartilha às comunidades indígenas ainda neste ano.