10 de março de 2025

O legado da Moradia Monitorada da Unidade Recomeço Helvétia: um ciclo que se encerra, uma história que permanece

10 de março de 20255min57
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A Moradia Monitorada da Unidade Recomeço Helvétia (URH) foi inaugurada em 2016 e finalizou suas atividades em 26/02/2025, totalizando 489 residentes acolhidos ao longo de seu funcionamento.

Era um serviço que oferecia acolhimento e tratamento a pessoas dependentes de crack em alta vulnerabilidade social, sem suporte familiar, que desejavam a abstinência. O programa era voltado para aqueles na fase final do processo de recuperação, após a desintoxicação ambulatorial ou internação, e que estavam vinculados ao tratamento no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).

O Dr. Cláudio Jerônimo e sua equipe da URH conquistaram a certificação Acreditação ONA Nível Pleno, um importante reconhecimento que atesta a qualidade e a segurança na assistência à saúde. Entre as iniciativas que refletiram esse compromisso, destacou-se a Moradia Monitorada, um recurso essencial no processo de recuperação, oferecendo um ambiente estruturado e acolhedor para aqueles que buscavam um novo caminho.

A estrutura da moradia contava com 36 camas, distribuídas em quartos compartilhados (três camas por quarto), sendo 12 destinadas a mulheres e 24 a homens. Os três andares da unidade eram organizados de forma a garantir um ambiente estruturado e acolhedor, com dois andares para o público masculino e um para o feminino.

Os moradores eram incentivados a assumir responsabilidades na manutenção da organização e limpeza do espaço, promovendo o desenvolvimento da autonomia e da disciplina. Mais do que apenas um local de acolhimento, a moradia representava uma oportunidade de reconstrução, onde, com o apoio dos profissionais, cada pessoa podia resgatar sua dignidade, redescobrir seu propósito e buscar um novo sentido para a vida.

Os residentes realizavam testes de urina periodicamente para monitorar a abstinência e permaneciam na moradia por um período de 6 meses a 1 ano. Durante esse tempo, recebiam suporte para sua reinserção social e profissional, incluindo:

– Recolocação no mercado de trabalho;
– Treinamentos;
– Atualização de habilidades;
– Acesso a serviços e benefícios a que tinham direito.

Até os dias finais da moradia, 94% dos moradores estavam empregados, seja por meio de programas como o POT (Programa Operação Trabalho) e a Justiça Restaurativa, seja no mercado formal ou informal. Esse alto índice de empregabilidade refletia a eficácia do programa na promoção da autonomia e reconstrução de vidas.

A busca pelo sentido da vida
Todos buscavam um sentido para a vida, mas, para uma pessoa em situação de dependência química, essa busca poderia ser ainda mais desafiadora. Como disse Carl Gustav Jung: “Eu não sou o que aconteceu comigo, eu sou o que escolho me tornar”. Na Moradia Monitorada da Unidade Recomeço Helvétia, essa escolha se tornava possível, pois cada residente recebia a oportunidade de reconstruir sua história e redescobrir seu propósito. Com o suporte de uma equipe especializada, os moradores iniciavam um processo de fortalecimento pessoal, redescobrindo o valor da vida e a possibilidade de um novo começo.

Agradecimento especial ao Dr. Cláudio Jerônimo
Nosso profundo reconhecimento e gratidão ao Dr. Cláudio Jerônimo da Silva por sua dedicação incansável aos dependentes químicos. Como dizia Sêneca, “Nada é mais honroso do que um coração grato”. Hoje, expressamos nosso mais sincero agradecimento por sua incansável missão de cuidar e transformar vidas!

A Moradia Monitorada da URH ficará marcada na história como o melhor modelo de moradia do Brasil, referência em acolhimento e recuperação.

Esse reconhecimento foi fruto do trabalho exemplar do Dr. Cláudio Jerônimo e de sua equipe, que, com dedicação e excelência, transformaram vidas e inspiraram novas práticas no país.

Um ciclo que se encerra, uma história que permanece!


Sobre a UNIAD

A Unidade de Pesquisa em álcool e Drogas (UNIAD) foi fundada em 1994 pelo Prof. Dr. Ronaldo Laranjeira e John Dunn, recém-chegados da Inglaterra. A criação contou, na época, com o apoio do Departamento de Psiquiatria da UNIFESP. Inicialmente (1994-1996) funcionou dentro do Complexo Hospital São Paulo, com o objetivo de atender funcionários dependentes.



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