Homenagem da UNIAD ao Dia Internacional da Mulher com a participação especial da Psiquiatra Dra. Ana Cecília
*Por Adriana Moraes
“Do meu ponto de vista Mulher não é igual ao Homem, a não ser nos direitos humanos, de desejar, de ser respeitada por suas habilidades e competências, e de ter garantido o acesso à qualidade de vida” Dra. Ana Cecília
A UNIAD (Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas) parabeniza todas as mulheres, pelo Dia Internacional da Mulher, comemorado dia 08 de março! Neste mês tão importante, tive a satisfação de conversar com a psiquiatra Dra. Ana Cecília Marques, médica dedicada e extremamente competente. Há anos atuando na área da dependência química, sempre ajudando a melhorar a qualidade de vida de seus pacientes, é sem sombra de dúvida uma das vozes mais expressivas em defesa da saúde.
Trajetória profissional:
Doutora em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) – Médica psiquiatra . Ex-Presidente da Associação Brasileira de Estudos de Álcool e outras Drogas (ABEAD) 2003-2005 e atual Membro do Conselho Consultivo da ABEAD Ex-Coordenadora do Departamento de Dependência da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) gestão 2007-2009. Ex-Supervisora Técnica do CAPS AD III Centro (SP). Ex-Presidente do Comitê de Drogadependência da Associação Paulista de Medicina (APM) gestão 2008-2011. Coordenadora Técnica do Projeto PERISCÓPIO para a criação de Políticas Públicas sobre Drogas município de Tarumã -SP.
Acompanhe a entrevista:
1ª) O que a motivou seguir carreira na área da Psiquiatria e em que momento iniciou seu trabalho com indivíduos que desenvolveram dependência de drogas psicotrópicas?
Muito antes de me especializar em Psiquiatria e buscar a pós graduação na área de dependência, atuando como clínica geral no SUS, me deparei com quadros clínicos, mentais e comportamentais graves, que buscavam a unidade básica de saúde, de forma recorrente, após um final de semana abusando de drogas psicotrópicas, como a bebida alcoólica, o cigarro de tabaco, na década de 80.
2ª) Conte-nos um pouco de sua trajetória profissional.
Atuei como clínica geral no SUS por 10 anos, durante os quais realizei alguns cursos de Pós-graduação: em Saúde Pública (UNESP) e Homeopatia (APH), buscando aperfeiçoar a minha forma de avaliar e intervir. Mais tarde obtive o título de Psiquiatra (ABP) e fiz meu doutorado em Psicobiologia (UNIFESP). O meu desafio foi aprofundar-se na área de Saúde Pública e Drogas de Abuso, que mantenho ativo até hoje.
3ª) E sua participação na ABEAD?
Conheci a ABEAD (Associação Brasileira de Estudos de Álcool e outras Drogas) no início de minha carreira como clínica geral (1984 – 1990), pois buscava conhecimento específico sobre o tema. Me associei e nunca mais sai! Participei de várias diretorias e fui presidente por 2 gestões. O meu esforço na associação foi e tem sido trazer a prevenção para o debate, missão mais importante da ABEAD.
4ª) Vamos falar um pouco sobre mulheres dependentes? Atualmente as mulheres estão buscando mais por ajuda? É possível se livrar das drogas e voltar a ter uma vida saudável?
Sim, as mulheres estão mais expostas às drogas e portanto, tem mais problemas decorrentes do consumo, e mais cedo na vida, o que as torna mais conscientes de que é preciso procurar ajuda. Além de muito mais vulneráveis, quando comparadas aos homens, o tratamento especializado não está disponível, e seu adoecimento aliado a baixa efetividade das intervenções, impacta a família de forma muito mais abrangente. Se esta política for implantada pode reabilitar-se e reinserir de forma saudável.
5ª) Quais são os principais motivos para comemorarmos o Dia Internacional da Mulher?
O momento especial que vivemos, decorrente das mudanças sociais, culturais e econômicas, que permitiram à Mulher amadurecer e empoderar-se de seus diretos. Do meu ponto de vista Mulher não é igual ao Homem, a não ser nos direitos humanos, de desejar, de ser respeitada por suas habilidades e competências, e de ter garantido o acesso à qualidade de vida.
6ª) Dra. Ana a Sra. acredita que hoje as mulheres estão conquistando um espaço maior no mercado de trabalho?
Sim, um pouco mais, mas ainda vejo muitas barreiras na sociedade brasileira.
7ª) Por gentileza, deixe uma mensagem para as leitoras do site da UNIAD.
Que as mulheres deste século não esqueçam, que a elas compete o especial papel de maternar!
Finalizo agradecendo a participação da Dra. Ana Cecília e parabenizando todas as mulheres, especialmente nossas leitoras, pelo Dia Internacional da Mulher!
*Adriana Moraes – Psicóloga da SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina) – Especialista em Dependência Química – Colaboradora do site da UNIAD (Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas).