RETORNAR
27 de dezembro de 20176min17
Por Pe. Haroldo
A parábola do filho pródigo, narrada por Jesus Cristo é uma das páginas mais eloquentes do Novo Testamento. Um filho rebelde, insatisfeito, deixa seu lar, absolutamente insensível ao sofrimento do pai. Sombria, a primeira parte da história. Iluminada pela surpresa do retorno, a parte final.
Já no fundo do poço, sentindo saudades do que jogara fora insensatamente, o jovem pega a coragem nas mãos e regressa arrependido para seu lar. Jubiloso, o pai organiza a maior festa celebrando a volta do filho… Nas entrelinhas, este recado paternal: “para mim, você nunca saiu de casa, do meu coração”.
Captou o clima destas inquietas expectativas: “Se um amigo vem visitar-me às 4 horas, desde as 3 estou feliz”. “O bom filho a casa torna”, fala o povo. Muitos retomam para matar saudades, resgatar os longes da infância, rever parentes e familiares. Alguns regressam porque algo deu errado, nos caminhos do existir. Um projeto gorou, o casamento faliu, o sonho acabou. Retornos curam cicatrizes de sofrimentos, de mágoas fundas, insanáveis, não raro. Ao lado de tantos outros, alegres, festivos, cordiais. Santo Agostinho vivia distanciado de Deus, um pedaço de sua existência. Agostinho, já convertido, dizia: “Tarde te amei, Senhor. Estavas tão perto e eu não sabia”. Quem sabe tenho crédito especial com meu Cristo, porque venho de muito longe, de bem mais longe que outros cristãos.
O eterno ciclo existencial do retorno. De Deus viemos, a Ele voltaremos, no final da nossa peregrinação terrestre. A globalização levou uma punhalada em pleno coração. Clara demais, a lição que se planta: o caminho da paz, a felicidade profunda e da realização não é por aí… Ao contrário, quem segue o Mestre, caminha à luz de uma estrela e seus passos carregam significado, endereço e a esperança da ressurreição. Com a frase imortal de Cristo a nos confrontar, enquanto a vida continua.
Pedrinho tinha tirado nota zero no exame. O seu pai, furioso, foi brigar com o professor. Entrou pela sala de aula e foi direto ao mestre.
– Isso é um desaforo. O senhor deu zero ao meu filho. A prova dele não podia estar totalmente errada.
– Mas estava… Olhe, a prova constava de três perguntas. Seu filho Pedrinho sentava-se atrás do Carlinhos, e as três respostas de seu filho coincidiam com as respostas de Carlinhos.
– Mas o que é que isso prova? Que meu filho colou do menino da frente? Não podia ser ao contrário?
– De forma alguma. As duas provas se parecia muito só com uma diferença. As três repostas do Carlinhos eram “não sei”. As de seu filho eram “nem eu”.
Nós queremos copiar a vida de Cristo Jesus.
PARA REFLETIR
Mulher – Você, agora, nunca me dá presentes como antes do casamento!
Marido – Já ouviu dizer que um pescador continua-se a dar isca ao peixe depois de o ter pescado?
Jesus sempre nos dá o presente do seu amor.
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