22 de dezembro de 2024

O PASSARINHAO E O MORCEGO

2 de junho de 20184min324
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“Quando caia a noite um passarinho que tinha sido posto numa gaiola começava a cantar. Um morcego ouviu sua voz.

Foi perguntou-lhe por que de dia ele descansava e á noite ele cantava. O passarinho respondeu:

– Tenho muitas razões. Foi cantando de dia que terminei preso; desde então aprendi a ser sensato.

O morcego lhe disse:

A prudência agora não adianta de nada: por que não a usaste antes de te prenderem?”

A prudência é necessária para não cair no submundo do álcool e das drogas!

Não há profissional de saúde na área da dependência química que não tenha recebido em seu consultório um dependente muito motivado a parar de usar drogas. Porém, depois da primeira consulta, ele não volta mais.

Muitos familiares já ouviram de seus entes queridos promessas convincentes de que nunca mais usariam drogas.

Desculpas e promessas não cumpridas também são rotineiras às esposas de dependentes.

Por quê?

Simples: não há dependente que não tenha passado pelo conflito – quero ou não quero parar. Ou: “ Ao mesmo tempo em que quero parar, não quero!” Ou ainda: “ Há momentos que quero parar e outros não que quero parar.”

A origem do conflito não é difícil de entender: a droga é uma substância química que atua no Sistema de Recompensa Cerebral ( área relacionada ao prazer ) e provoca, dependendo da droga, um pico de prazer intenso e passageiro. Um dos problemas reside no fato de os receptores do cérebro e o corpo pedem a substância no organismo.

Alguns usuários de cocaína por exemplo, sentem-se acuados, amedrontados , com a sensação de que a polícia está por vir ou que estão sendo perseguidos. Alguns trancam as janelas e colocam papel na fechadura. Mas há algo também no momento seguinte em que vem o mal estar físico acompanhado de angustia, culpa… Sem falar da fissura, que algumas vezes – dependendo da droga – é intensa e dela faz parte ou a ela se associam os sintomas da síndrome de abstinência. Então vem a procura , depois o alívio, o prazer, a dor, a vontade, a síndrome de abstinência, o prazer, o alívio e assim por diante. A dependência então se instala, trazemdo prazer e dor ao mesmo tempo, sem falar na depressão.

“A história humana, a nossa história, a história de cada um de nós nunca está acabada; nunca se esgotam as possibilidades. Ao contrário, ela está sempre aberta para o novo – para o que, até agora, nós nem sequer tínhamos em mente. Para o que parecia impossível.”

Não é impossível viver sobriamente!

“Senhor, faze-me honesto. Afasta-me das drogas. Faze com que eu me mantenha sóbrio.”

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Sobre a UNIAD

A Unidade de Pesquisa em álcool e Drogas (UNIAD) foi fundada em 1994 pelo Prof. Dr. Ronaldo Laranjeira e John Dunn, recém-chegados da Inglaterra. A criação contou, na época, com o apoio do Departamento de Psiquiatria da UNIFESP. Inicialmente (1994-1996) funcionou dentro do Complexo Hospital São Paulo, com o objetivo de atender funcionários dependentes.



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