26 de dezembro de 2024

A família na reinserção social

15 de junho de 20186min139
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A participação da família no momento da reinserção social é de suma importância. Não só de familiares, mas de amigos também. E, entender-se por amigos, aquelas pessoas que apóiam o indivíduo antes e durante o tratamento. Mesmo quando o dependente químico ( DQ ) ainda está na ativa, são essas pessoas – familiares, cônjuges e amigos que influenciam positivamente.

A partir do momento em que elas procuram ajuda, já começam a trabalhar os limites e as mudanças de comportamento o que vai colaborar, e muito, na segurança para o retorno do indivíduo à sua casa.

Uma mudança muito importante no processo da Reinserção é a abstinência da família, inclusive do álcool. Essa atitude vai alicerçar a mudança no estilo de vida do DQ . “ É inacreditável o número de famílias que recebem o indivíduo de volta para casa com churrascos banhados a cerveja”, conta Dra. Rozinez.

Além da abstinência familiar, é essencial a ajuda de um grupo de apoio que vai preparar a família com um novo repertório de respostas ( recheadas de disciplinas e limites ). Dra. Rozinez afirma ainda que uma família organizada e empenhada no tratamento, ajuda muito mais que uma desorganizada. “ Trata-se de um contato de mútua ajuda entre a equipe de tratamento, a família e o indivíduo.” declara a psicóloga. E para iniciar a organização em casa, o ideal nesse momento, seria que, cada membro da família tivesse o seu papel definido, pai seja pai, mãe seja mãe,irmãos sejam irmãos, avós que sejam avós.

Um outro ponto a ser observado é a co-dependência. Para muitas famílias o DQ é o alimentador patológico desta co-dependência. Por isso, muitas vezes, a equipe de tratamento funciona como uma “ calcanhar de Aquiles”, lembrando constantemente a família do problema instalado e a importância das mudanças de postura. A família tem que cuidar para que o indivíduo não se torne o “ bode expiatório” da situação. As vezes, até já existia uma crise implícita instalada na família anterior ao problema da adicção. E as pessoas não as percebem, tendem a culpar o DQ, pois a própria doença é uma crise explicita.

Por fim, vale pensar que o papel da família é muito mais comportamental do que biológico, por isso, cuidado com as mudanças físicas, elas são fáceis, mas as emocionais, não. Após o tratamento o indivíduo, chegará em casa forte e saudável, mas cheio de dúvidas e incertezas.

ATENÇÃO:
E quando não existe família ou amigos?
Existem Instituições de encaminhamento que podem substituir a família cosanguÍnea.

E quando não existe uma família completamente funcional (alguns da família não aceitam a dependência química )?
Sempre tem alguma pessoa que quer apoiar o indivíduo em recuperação, então mesmo que dentro de uma família, por exemplo, a mãe apóia e o pai não, vale o DQ se apegar naquele que o fortaleça e sobretudo, ele deve cuidar para não julgar ninguém. Este tipo de julgamento pode ser alicerce para uma recaída.

Felizmente todo o tipo de resposta que precisamos estão á nossa disposição. Embora pareçam vir de fora de nós, tal como por intermédio de outras pessoas, na verdade elas já estão dentro de nós. Só precisamos reconhecê-las quando surgirem. Só precisamos reconhecê-las quando surgirem. Algo dentro de nós ouve a verdade. Durante muito tempo tentamos fingir que não percebíamos nem ouvíamos, mas um dia decidimos ser sinceros sobre o que realmente se passa conosco.

A essa altura adquirimos mais um tantinho de liberdade. Quando decidimos ser sinceros sobre como realmente nos sentimos, começamos a ser alguém na vida. Deus pode mudar o modo como sentimos mas só se nos aproximarmos dele, exatamente como realmente somos.

Sou sincero comigo mesmo sobre o modo como realmente me sinto por dentro?

“Deus, ajuda-me a adquirir novos hábitos da consciência de ti, em substituição aos hábitos antigos que quase destruíram A minha vida.”


Sobre a UNIAD

A Unidade de Pesquisa em álcool e Drogas (UNIAD) foi fundada em 1994 pelo Prof. Dr. Ronaldo Laranjeira e John Dunn, recém-chegados da Inglaterra. A criação contou, na época, com o apoio do Departamento de Psiquiatria da UNIFESP. Inicialmente (1994-1996) funcionou dentro do Complexo Hospital São Paulo, com o objetivo de atender funcionários dependentes.



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