23 de novembro de 2024

Associação Entre Religiosidade E Uso De Álcool Na População Brasileira

7 de abril de 20103min99

Mirna G. Salomão Nagib, Alexander Moreira-Almeida, Ilana Pinsky, Marcos Sanches, Ronaldo Laranjeira

Resumo

Dezenas de estudos apontam para o impacto da religiosidade na saúde e no uso de álcool. No entanto, existem poucos dados provenientes de estudos com amostras nacionalmente representativas, nenhum na América Latina. Objetivo: Investigar as relações entre consumo de álcool e religiosidade na população brasileira. Método: estudo transversal em amostra representativa da população brasileira (n=3.007) obtida com amostra probabilística em 143 cidades. O estudo investigou envolvimento religioso (Religiosidade Organizacional: freqüência a serviços religiosos; Subjetiva: quão importante a religião é para o indivíduo; Filiação religiosa) e padrões de uso de álcool (uso na vida, beber em binge, dependência/abuso). Foram feitas regressões logísticas binomiais, controlando para as variáveis sociodemográficas. Resultados: Filiação religiosa e freqüência a serviços religiosos têm associação significante com o uso de bebidas alcoólicas, uso em binge e abuso/ dependência. A importância dada à religião não mostrou associação quando outras variáveis estão controladas no modelo. Aqueles que nunca vão a serviços religiosos, em relação aos que freqüentam semanalmente, têm o dobro da chance de usar bebida alcoólica na vida, beber em binge ou apresentar abuso ou dependência.  Evangélicos e Protestantes possuem menor chance de consumo de álcool em relação aos católicos. Não pertencer a nenhuma religião se associa maior chance de dependência ou abuso em relação aos católicos (OR=2.4). Conclusões: Importância declarada da religião não tem efeito significativo quando controlado pelos demográficos e as outras duas dimensões religiosas. Os modelos mostram grande associação de freqüência e filiação religiosa com uso do álcool.


Sobre a UNIAD

A Unidade de Pesquisa em álcool e Drogas (UNIAD) foi fundada em 1994 pelo Prof. Dr. Ronaldo Laranjeira e John Dunn, recém-chegados da Inglaterra. A criação contou, na época, com o apoio do Departamento de Psiquiatria da UNIFESP. Inicialmente (1994-1996) funcionou dentro do Complexo Hospital São Paulo, com o objetivo de atender funcionários dependentes.



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