Novas medicações no tratamento da dependência da nicotina
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Novas medicações no tratamento da dependência da nicotina
Prof. Dr. Ronaldo Laranjeira
Professor Adjunto do Departamento de Psiquiatria Escola Paulista de Medicina-UNIFESP Coordenador da UNIAD (Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas
A área de abuso de substâncias psicoativas vem recebendo um grande impulso nos últimos anos com relação a novos tratamentos graças a um melhor entendimento do funcionamento do sistema nervoso. Antes de discutir esses novos medicamentos em relação ao fumo devemos brevemente descrever os mecanismo e as regiões onde essas medicações potencialmente estarão agindo.
Anatomia do Prazer e da Abstinência da Nicotina
Pesquisas nos últimos anos mostram que o comportamento disfuncional relacionado ao uso de substâncias tem um substrato cerebral que envolve o sistema dopaminérgico mesolímbico. Este sistema é chamado de “brain reward system” ou sistema de recompensa cerebral, que é o responsavel pelo prazer sentido pelos animais e também pelo homem. Este sistema origina-se de neurônios da região tegmentar ventral e continua pelo hipotalamo para o núcleo acumbens e a partir daí para o cortex pré-frontal. É nesta região que as drogas que causam dependência agem, criando um situação onde o animal continua a administrar a droga apesar de uma série de desconforto associado. Os sintomas de abstinência por outro lado aparentemente está relacionado ao locus ceruleus e está relacionado a norepinefrina.Como qualquer outra substância que causa dependência a nicotina age tanto na região do prazer quanto na região da abstinência. A nicotina aumenta os níveis de dopamina no núcleo acumbens, que é a marca biológica da dependência. Além disso também produz aumento de norepinefrina no locus ceruleus, que é sinônimo de sintomas de abstinência.