Prevalência da associação entre o uso de substâncias e traumas em um pronto-socorro brasileiro
Prevalência da associação entre o uso de substâncias e traumas em um pronto-socorro brasileiro
Alessandra Diehl Reis
São Paulo 2007
Contexto: Ainda que haja significativa literatura sobre a associação entre álcool e trauma, pouco se sabe sobre o uso de outras substâncias e trauma em pronto-socorro (PS). Objetivos: Estimar a prevalência do uso de substâncias em pacientes admitidos em um pronto-socorro por trauma não fatal. Métodos: Um estudo prospectivo de corte transversal avaliando todos os pacientes admitidos dentro de 6 horas antes de trauma não fatal em pronto-socorro durante um período de três meses. Um questionário padronizado pela OMS, o auto-relato do consumo de drogas nas últimas 24 horas antes do contato; DAST (Drug Abuse Screening Test); screening de urina para maconha (THC), cocaína e benzodiazepínicos (BZD) e CAS (Concentração de Álcool no Sangue) foram utilizados como medidas de avaliação do uso de álcool e drogas. Foram realizadas análises descritivas e o nível de confiança foi de 95%. Resultados: Foram incluídos 353 pacientes, tendo sido coletados screenings de THC e cocaína de 242 pacientes e de 166 pacientes para BZDs. O CAS foi positivo em 11% (n = 39) e 10% (n=33) apresentaram algum grau de intoxicação alcoólica. O teste para maconha foi positivo em 13,6% (n = 33); cocaína em 3,3% (n=8) e de BZDs em 4,2% (n=7). Conclusões: O uso de substâncias nesses indivíduos que sofreram trauma é altamente prevalente. Nesta amostra, a freqüência para maconha (uma droga ilícita) esteve próxima ao de álcool. Mais estudos são necessários a fim de identificar a realidade brasileira e elaborar adequadas identificações para estes casos visando à redução do uso de substâncias e suas conseqüências.