Uso crônico de álcool produz neuroadaptações no funcionamento do estriado de roedores
A dependência de substâncias, incluindo o álcool, é caracterizada por prejuízos no funcionamento executivo e pelo comportamento compulsivo de busca pela droga.
Este estudo, realizado no Estados Unidos, analisou os efeitos do uso crônico de álcool no estriado de roedores em relação a morfologia e como mecanismos de aprendizagem são afetados. Os camundongos foram submetidos a ciclos de vaporização de etanol durante 16 horas por quatro dias, intercalados por 8 horas sem álcool.
O consumo crônico de doses elevadas de álcool alterou o funcionamento do cérebro dos camundongos, aumentando a atividade do núcleo estriado, associado ao comportamento impulsivo. As células do núcleo estriado dos roedores apresentavam mais conexões e eram mais ativas que as dos controles. Essas alterações levam a mudanças na aprendizagem e na regulação comportamento relacionadas com o reforço da droga, na medida em que o funcionamento dessa região passa a prevalecer sobre o do córtex pré-frontal, envolvido no julgamento e na tomada de decisão. Os autores concluíram que alterações semelhantes podem ocorrer no cérebro de humanos, o que pode potencialmente contribuir para o desenvolvimento da dependência.