Mobilização pela Vida: “Centro de Promoção de Esperança e Prevenção ao Suicídio – Conversas de Vida”
*Por Adriana Moraes
No tocante especificamente à prevenção do suicídio, a partir de agora as pessoas com ideação ou tentativa de suicídio poderão buscar ajuda especializada no Centro de Prevenção – CAISM/Unifesp o “Conversas de Vida”
Setembro Amarelo é o mês dedicado a prevenção ao suicídio. Deixar de viver é uma saída considerada por muitos em momentos de desespero. O comportamento suicida pode ser prevenido, falar abertamente sobre o suicídio é o primeiro passo dentro da estratégia de prevenção.
Levar informações corretas à população é uma das formas de alertar sobre a prevenção do suicídio, que é possível de ser feita. Falar sobre o assunto é imprescindível, mas deve ser feito da forma correta. Porque, falando, nós estamos compartilhando informações, ampliando o conhecimento, diminuindo o preconceito sobre o assunto e permitindo a construção de uma rede de proteção que envolva toda a sociedade. O estigma impede as pessoas de procurar ajuda.
Profissionais da Saúde
O suicídio tem algo de misterioso, inexplicável, incompreensível, o impacto atinge a todos. Ninguém se suicida sem que haja, em sua mente, grandes doses de desespero, desesperança e sentimentos de incapacidade e nulidade. E não cabe a nós, profissionais de saúde mental, julgar a veracidade de seus pensamentos e suas emoções. Nosso papel é acolher o paciente e, ao seu lado, buscar alternativas que minimizem ou cessem a dor sombria e dilacerante que devasta seu corpo, sua mente e seu espírito. Para que tenhamos a postura adequada diante das pessoas com risco ou comportamento suicida, é necessário que limpemos nossa mente de alguns preconceitos e tabus alicerçados em nossa cultura social, consequência de muita desinformação e ignorância. [1]
Ajuda especializada
É sempre prazeroso falar de programas que mudam a vida das pessoas! No tocante especificamente à prevenção do suicídio, a partir de agora as pessoas com ideação ou tentativa de suicídio poderão buscar ajuda especializada no Centro de Prevenção – CAISM/Unifesp o “Conversas de Vida”, localizado na Rua Major Maragliano, 241, Vila Mariana, São Paulo/SP.
O Conversas de Vida – Centro de Promoção de Esperança e Prevenção de Suicídio tem como objetivo implementar estratégias baseadas em evidência na prevenção de suicídio em uma lógica de saúde pública, que possam ser replicadas na rede de atenção psicossocial do país.
Esse ponto é de extrema relevância, além de atender pessoas em risco para suicídio, o centro vai capacitar profissionais, orientar escolas e empresas e trabalhar na elaboração de políticas públicas voltadas a reduzir as taxas de suicídio no Brasil.
Sob coordenação dos psiquiatras Sheila Caetano e Elson Asevedo, o Conversas de Vida funcionará de maneira integrada com o acolhimento do CAISM, com representantes nas unidades assistenciais e fluxo compartilhado para o manejo de risco de suicídio. De acordo com a gravidade do quadro, o paciente será direcionado para uma das quatro modalidades de atendimento:
– Ambulatório: para a reabilitação psicossocial;
– Hospital Dia: para atendimento semi-intensivo;
– Pronto-socorro: para abordagem de urgência ou emergência;
– Internação: para pacientes com transtorno mental em situação de crise que necessitam de cuidado em ambiente continuamente protegido.
Além disso, o Conversas de Vida oferecerá serviços ambulatoriais específicos, às sextas-feiras, entre 13h e 18h, com agendamento prévio para pacientes que não estejam em situação de risco iminente.
“No mundo, ocorrem 800 mil mortes por suicídio ao ano, o que significa uma morte a cada quarenta segundos. E cada morte por suicídio é uma morte que poderia ser evitada. Nós acreditamos que todo o esforço deve ser feito para salvar essas vidas”, comenta o psiquiatra, Elson Asevedo. [2]
E-mail: contato@conversasdevida.com
Site: www.conversasdevida.com
Vida sob novos ângulos
Geralmente um fator desencadeante que leva a sensação de o problema e o sofrimento não ter saída. Fatores de proteção como o apoio de familiares, amigos, bem como o tratamento dos transtornos mentais, fará a diferença em um momento de desespero.
A detecção precoce e o tratamento assertivo podem exercer papel decisivo na redução das taxas de suicídio, aliados à desmistificação dessas doenças por parte da mídia e da população em geral. Muitas pessoas, ao serem ouvidas e acolhidas em momentos de intensa angústia e desespero, conseguem acalmar seus pavorosos sentimentos e perceber sua vida sob novos ângulos. [1]
A melhor forma de ajudar uma pessoa que fez ou está considerando fazer uma tentativa de suicídio é realmente ouvindo e desenvolvendo uma sensibilidade para o seu sofrimento.
Referências
[1] https://downloadlivrospdf.files.wordpress.com/2018/12/mentes-dep.pdf
*Adriana Moraes – Psicóloga da SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina) – Especialista em Dependência Química – Colaboradora do site da UNIAD (Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas).