26 de dezembro de 2024

Palavra da Vida

27 de fevereiro de 20185min22
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Do ponto de vista da reflexão, o desafio posto na América Latina é o de encontrar uma linguagem sobre Deus, que nasça da situação criada pela pobreza injusta em que vivem vastas maiorias da população (raças desprezadas, classes sociais exploradas, culturas marginalizadas, discriminação das mulheres).

Consideramos que se pode dizer que, nessas terras de espoliação e de esperança, estão nascendo uma linguagem profética e uma linguagem mística. Trata-se de falar de Deus – como no livro de Jó – a partir do sofrimento do inocente. A linguagem da contemplação reconhece que tudo vem do amor gratuito do Pai. A linguagem da profecia, por sua vez, denuncia a situação – e suas causas estruturais – de injustiça e de espoliação em que vivem os pobres da América Latina. Nesse sentido, falamos da necessidade de descobrir “os semblantes do Cristo sofredor, do Senhor” nos rostos marcados pela dor de um povo oprimido.

Sem a profecia, a linguagem da contemplação corre o risco de não ter persuasão na história, na qual Deus age e onde nós o encontramos. Sem a dimensão mística, a linguagem profética pode reduzir a sua visão e enfraquecer a percepção daquele que faz nova todas as coisas. “Cantai hinos ao Senhor, louvai o Senhor, porque libertou o pobre das mãos dos perversos” (Jr 20, 13). Cantar hinos e libertar, ação de graças e exigência de justiça. Entre graça e exigência transcorre a exigência cristã. Na origem, e como força que compreende em si toda a realidade, está o amor livre e gratuito de Deus. Contudo, esse dom exige um comportamento que traduza em obras de amor ao próximo, em particular aos mais abandonados. Coloca-se aqui o desafio para uma vida cristã que, além de possíveis evasões espiritualistas e eventuais reducionismos políticos, procura ser fiel ao Deus de Jesus Cristo.

Comunicamos o dom do Reino de Deus revelado na vida, morte e ressurreição de Jesus. É este o núcleo essencial da mensagem que vamos redescobrindo a partir de nossa realidade, mensagem que nos convoca como comunidade, dentro da qual procuramos pensar a nossa fé.

Celebramos esta vida na Eucaristia, que é o dever principal da comunidade eclesial. Na partilha do pão, rememoramos a fidelidade de Jesus – amor e fidelidade que o levaram à morte – e a  confirmação de sua missão em relação ao pobre, pela ressurreição. A fração do pão é, ao mesmo tempo, o ponto de partida e o ponto de chegada da comunidade cristã. Exprime-se nela a comunhão profunda com a dor humana, geralmente provocada pela falta de pão, e se reconhece na alegria o Ressuscitado que dá vida e aumenta a esperança do povo convocado por seus gestos e por sua palavra.

PARA REFLETIR

No mundo da opressão, da injustiça e da morte, nós somos um esforço para tornar presente a Palavra da vida.

Acesse: www.padreharoldo.org.br

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Sobre a UNIAD

A Unidade de Pesquisa em álcool e Drogas (UNIAD) foi fundada em 1994 pelo Prof. Dr. Ronaldo Laranjeira e John Dunn, recém-chegados da Inglaterra. A criação contou, na época, com o apoio do Departamento de Psiquiatria da UNIFESP. Inicialmente (1994-1996) funcionou dentro do Complexo Hospital São Paulo, com o objetivo de atender funcionários dependentes.



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