crack

27 de novembro de 20133min31

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crack

Ronaldo Laranjeira1, John Dunn1, Rubens Rassi2, Sandro Sendin Mitsushiro3, Meire Silva Fernandes

O crack nada mais é do que a cocaína fumada na forma de base livre, facilmente obtido por simples processo de aquecimento do cloridrato de cocaína, água e um agente de caráter básico que geralmente é o bicarbonato de sódio. A cocaína base, muito pouco solúvel em água, extraída dessa mistura, solidifica-se em temperatura ambiente, formando “pedras” de formatos irregulares.Manschresk e col(7). Devido ao fato de ser mais barato do que a cocaína em pó, de ter uma absorção mais rápida e mais efetiva mesmo do que a via endovenosa, o crack tem um potencial de dependência muito maior do que qualquer droga usada no mundo. Por ser um estimulante potente e por seu efeito durar somente alguns minutos, o usuário costuma tentar obter uma fonte constante da droga a qualquer custo, podendo com isto envolver-se mais facilmente no tráfico, criminalidade e outros tipos de complicações sociais.
Nos últimos 20 anos houve uma evolução muito grande da literatura internacional na área de dependência de drogas(6), contudo, inexistem dados especificos do seguimento do usuário de crack. No entanto, algumas informações relacionadas ao uso de cocaína podem apresentar uma parte do quadro das possíveis consequências do uso do crack. A partir de 1980 verificou-se o aumento da mortalidade envolvendo o uso de cocaína. Estudos feitos em Los Angeles, Budd(1) em 1988 com 114 vítimas que morreram devido ao uso de cocaína, mostraram que, 70 (61,4 %) morreram de algum tipo de morte violenta (tiro, punhalada, queda, acidente de carro, trauma craniano, estrangulamento, etc.) e, o restante 44 (38,6 %) morreram via algum meio não violento (overdose, doenças, etc.). Marzuk e col(8) também relataram uma alta taxa de uso de cocaína em suicidas. Entre janeiro de 1980 e julho de 1990 em um programa de tratamento para dependentes de drogas na Província de Bolonha – Itália, Goedert e cols(5) realizaram um acompanhamento de 4962 usuários de drogas onde houve relato de 332 mortes (taxa de mortalidade de 1,57% por 100 pessoas/ano) entre as principais causas: 150 mortes decorrentes de AIDS, 64 por overdose e 39 por trauma.


Sobre a UNIAD

A Unidade de Pesquisa em álcool e Drogas (UNIAD) foi fundada em 1994 pelo Prof. Dr. Ronaldo Laranjeira e John Dunn, recém-chegados da Inglaterra. A criação contou, na época, com o apoio do Departamento de Psiquiatria da UNIFESP. Inicialmente (1994-1996) funcionou dentro do Complexo Hospital São Paulo, com o objetivo de atender funcionários dependentes.



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